Chapter Four
Alfonso e eu paramos em frente ao portão
da casa de Peter. Ele sorriu para mim e conversamos sobre nossas vidas. Era incrível como eu
ficava mais a vontade a cada minuto. Ele de vez em quando roçava seus lábios em
meu rosto, falava bem perto de mim. Eu estava distraída com suas carícias quando ouvi um ronco de motor vindo detrás dele.
Eu desviei minha cabeça, olhando sobre as costas de Alfonso. De repente minha respiração
encurtou, meu coração acelerou em poucos milésimos de segundo. Eu o vi. Seus
fios castanhos saindo de dentro do Volvo. Sua roupa era sexy e elegante ao
mesmo tempo. Ele estava todo de preto, com a camisa aberta nos primeiros
botões, deixando a mostra uma parte de seu peitoral definido. Me afastei
rapidamente de Alfonso para ver melhor. Eu não podia acreditar que era ele ali
na minha frente, depois de todos esses anos. Ele caminhava em nossa direção, vi
então uma pessoa ao seu lado. Uma morena bonita, com um sorriso educado nos
lábios. Ele a abraçou e a beijou muito rapidamente nos lábios, aquilo foi o
suficiente para meu coração começar a sangrar novamente. Tudo parecia estar se
movendo em câmera lenta. Seu perfume inundou minhas entranhas e um calor passou
junto com o vento gelado da dor do passado. Eles entraram e ele nem me notou.
Minha visão ficou embaçada, certamente por causa do choro que estava por vir.
Olhei para Alfonso e o abracei, abracei forte. Não queria chorar, não passar por
isso de novo. As lembranças voltaram como uma cascata de dor que eu havia por
muito tempo escondido no fundo de meus pensamentos.
- Perdão -eu me afastei lentamente- Eu sou uma louca não é? É o que deve estar achando, uma louca! -ele deu uma risadinha- Na verdade...
- Não precisa se explicar morena -ele pôs para trás uma mecha do meu cabelo que estava no olho- Foi a nossa conversa sobre o passado? -eu assenti com a cabeça, mesmo que não fosse totalmente verdade- Ok, escuta, não precisa ficar assim.
- Eu sei e me desculpe, você me trouxe aqui para ficarmos juntos e eu acabo desse jeito. Bom -eu passei os dedos pelos meus olhos, tentando ajeitar a maquiagem-Pelo menos você não saiu correndo -ele riu- Ou seja, você é especial -eu sorri-
- Você também é muito especial, Mai. Quer que eu te leve para casa? Está se sentindo melhor? - ele pousou seus braços sobre meus ombros-
- Estou melhor sim. Não se incomode, eu vou sozinha para casa. Vou chamar as meninas -fiz menção de sair, mas ele me impediu delicadamente-
- Não! -exclamou ele- Digo, não vai atrapalhá-las né? Lali e Rochi estão com os namorados e Nina, também. Sabe-se lá Deus onde Joseph se enfiou com Candice -nós rimos-
- Ok, ainda vou levar um tempo para me acostumar com isso.
- Isso o quê?
- Isso de você
conhecer meus amigos. Estranho eu nunca ter te visto.
- Logo quando
terminei a faculdade, vim para esta cidade a negócios, foi mais ou menos 6, 7
anos atrás – condizia com o período em que fui para Paris- Me juntei com Stephen Amell, que fez faculdade comigo e abrimos uma empresa que cuida de ações. –
ele contava empolgado, mas ele não tinha noção de que meu chão tinha sumido e
fiquei muda- Somos parceiros desde sempre. –eu pisquei algumas vezes para me
acostumar com a ideia.
- Vo-você e Stephen Amell? Sócios? –só podia ser praga do destino. O meu passado agarrado em
mim.
- É, você
conhece ele?
- Nós... -eu fiquei muda sem saber o que explicar- Nós
fomos amigos, na verdade conhecidos. É. –eu fiz questão de afirmar no final,
mas era para certificar a mim mesma da quase verdade, mais pra mentira.
Eu não poderia
chegar nele e já ir falando: Stephen? Claro! Aquele com quem ia me casar e
no dia do casamento disse um grande e bem redondo “não” na frente de todo
mundo? Claro que conheço. Só que não.
- Ok, deixa
essa história pra lá, você realmente conhece mais pessoas do que eu imaginava.
–tentei forçar um sorriso e acho que funcionou- Você me convenceu. Vou com
você. Me faz um favor?
- Todos! -ele abriu um largo sorriso-
- Pede para Lali lhe entregar minha bolsa e meu casaco, deixei com ela.
- Pode deixar -ele piscou- Já volto ok? -ele se retirou-
- Todos! -ele abriu um largo sorriso-
- Pede para Lali lhe entregar minha bolsa e meu casaco, deixei com ela.
- Pode deixar -ele piscou- Já volto ok? -ele se retirou-
Me encostei ao lado da porta de saída. Digitei uma mensagem coletiva para as meninas, dizendo que não precisavam se preocupar e que eu
estava saindo com Alfonso. Não se foram nem cinco minutos e Alfonso estava ao meu
lado novamente. Ele disse que havia avisado as meninas que estava indo me levar
em casa e foi informado que já tinham sido avisadas. Ele foi me levando para o
carro dele enquanto conversávamos. O clima ficou mais leve e fomos conversando
sobre nossos tempos de escola pelo caminho. Eu lhe disse que era meio nerd com
rebelde. A gente riu, contando anedotas sobre o ensino fundamental e os sufocos
da faculdade. Fui lhe dando as direções de casa e ele se surpreendeu ao saber
que eu ainda morava com minha mãe. Falei que era por pouco tempo, pois eu já
estava em busca de um novo apartamento. Ele deu alguns nomes de corretores e eu
respondi dizendo que não lembraria nem a inicial do nome no dia seguinte.
Chegamos em casa e eu me virei para ele, agora com um olhar mais alegre.
- Obrigada por tudo Poncho, apesar da minha pequena cena, você foi uma ótima companhia -sorri-
- Você que me presenteou com a sua, Mai . -ele passou a mão em meu cabelo- Adorei ter te conhecido.
- Eu também -ele se aproximou e deu um beijo lento em minha bochecha, mas sabia que ele queria mesmo eram meus lábios-
- Vamos nos ver amanhã? Podemos dar uma caminhada do parque aqui perto. Posso te mostrar uns prédios ótimos que abriram recentemente -sugeriu ele-
- Claro, por que não? Eu preciso voltar a fazer exercícios mesmo, depois eu nem passo mais na porta de casa. -ele riu junto comigo-
- Isso nunca poderia se passar contigo, Mai você é linda, esbelta, tem um corpo lindo, com todo o respeito -ele piscou-
- Claro ,claro -eu disse ainda sorrindo- Bom, preciso entrar -apontei com minha mão para a casa toda apagada-
- Eu te ligo amanhã pode ser?
- Tem meu numero?- eu indaguei, surpresa-
- Peguei com Nina antes de sair da festa de Peter –nós sorrimos. Isso só podia ser obra daquela garota mesmo- Então, posso? -assenti que sim- Ok, até amanhã ,boa noite -ele me deu um beijo na testa e saí do carro de luxo escuro-
Tirei meus sapatos logo antes de
entrar em casa. Ao passar pelo quarto de Joshua vi que ele ainda não tinha
chego da festa. Vi também várias roupas jogadas no chão, algumas revistas, uns
cd's de rock nacional e internacional. Continuei a andar e ao chegar no meu
quarto, acendi a luz e fui tirando minha roupa para um banho, coloquei meu
roupão e saí para o banheiro. Tomei um gostoso banho relaxante e voltei com os
cabelos feitos um coque. Vesti uma camisola de seda e me deitei.
O sono, por mais que eu chamasse com
vários bocejos, não vinha e meu pensamento estava bem acordado, presos à Stephen. Eu dava
graças a Deus ele não ter visto a mim e ao Alfonso na entrada da casa de Peter,
estava tão escuro e tinha tantas pessoas na frente da casa que seria difícil
identificar alguém no meio da multidão. Ele não havia mudado muita coisa, seu
cabelo antes era um castanho-claro e agora os trocou por fios mais escuros
ainda. Sua postura elegante e ao mesmo tempo irresistível era difícil não
gostar. E seu perfume delicioso e másculo não havia mudado. Era o mesmo cheiro
de homem que senti durante todo o tempo que estive com ele. O que eu queria
mesmo saber era se ele ainda se lembrava de mim, mas não como uma lembrança
qualquer, afinal ele ia se casar comigo. Deve ter restado algo
meu nele, assim como restou algo dele em mim. Mas o que importa agora? Se ele
está com outra. Certamente estão casados. Ele não deve ter demorado muito para
achar uma mulher como ela. A roupa que ela usava era um vestido elegante com um
toque vintage. Não podia deixar de notar que ela tinha gosto para moda. Pela
altura e pelo porte, poderia dizer que é uma modelo. Seu cabelo castanho estava
em um penteado meio bagunçado-arrumado. A maquiagem suave, realçava seu rosto
magro e modelado, escondia um olhar penetrante e poderoso. Isso deve tê-lo
enfeitiçado. Quando estávamos juntos, eu não me vestia como ela. Eu era uma
garota simples. Era um jeans surrado e uma blusinha básica.
Eu lembro quando fomos para Texas,
passar as férias de primavera, o tempo estava limpo e fomos cavalgar no campo
de sua tia Meredith. Coloquei minha melhor bota até os joelhos, feita de
camurça e couro legítimo. Paramos embaixo de uma macieira enorme no meio do
pasto e ficamos ali, namorando, esquecendo do mundo por alguns instantes.
- Mai , eu te
amo, você sabe. Quero passar o resto da minha vida ao teu lado
- Stev, não sabe o quanto isso é importante para mim! Eu também quero ficar o resto da minha ao teu lado. Vamos nos casar algum dia, não vamos? -eu encostei minha cabeça em seu colo, acariciando seu toráx rigido-
- Claro! Não quero passar um minuto sequer sem você.
- Uma pena estarmos jovens, ainda tenho 17 anos, mal posso sair de casa -levantei o olhar para os dele-
- Vamos esperar -ele pôs uma mecha de meu cabelo atrás da orelha- Te prometo fazer a mulher mais feliz dessa vida! -ele me beijou lentamente os lábios- Te amo minha princesa-
- Eu também te amo Stephen, mais do que a mim mesma -eu o beijei-
Abri bem os olhos, olhei as estrelinhas cintilantes fluorescentes no teto do meu quarto. Meus olhos ardiam pelas lagrimas quentes que rolavam. Virei de lado, olhando para a sacada, olhando o céu escuro com apenas algumas estrelas. Durante todos esses 7 anos, não pude esquecê-lo nenhum minuto sequer. Ele fazia parte de mim, assim como uma tatuagem é para o corpo. Ele estava tatuado em um lugar onde nenhum laser, ou nenhuma cirurgia poderia tirá-lo. Estava tatuado no lugar mais fundo do meu coração. Eu tentava afastá-lo de meus pensamentos, eu até conseguia, mas sabia que todas as noites eu choraria por ele, tentando inutilmente expor toda a dor que havia acumulado durante o dia. Talvez voltar não tenha sido o melhor de minhas escolhas. Aqui estou mais próxima dele e foi o suficiente para liberar toda aquela adrenalina esquecida no fundo do meu corpo. Todo o meu corpo resetou ao vê-lo. Senti desde calafrios, até a excitação. Custou muito para o inconsciente me dominar e eu finalmente poder esquecer tudo.
- Stev, não sabe o quanto isso é importante para mim! Eu também quero ficar o resto da minha ao teu lado. Vamos nos casar algum dia, não vamos? -eu encostei minha cabeça em seu colo, acariciando seu toráx rigido-
- Claro! Não quero passar um minuto sequer sem você.
- Uma pena estarmos jovens, ainda tenho 17 anos, mal posso sair de casa -levantei o olhar para os dele-
- Vamos esperar -ele pôs uma mecha de meu cabelo atrás da orelha- Te prometo fazer a mulher mais feliz dessa vida! -ele me beijou lentamente os lábios- Te amo minha princesa-
- Eu também te amo Stephen, mais do que a mim mesma -eu o beijei-
Abri bem os olhos, olhei as estrelinhas cintilantes fluorescentes no teto do meu quarto. Meus olhos ardiam pelas lagrimas quentes que rolavam. Virei de lado, olhando para a sacada, olhando o céu escuro com apenas algumas estrelas. Durante todos esses 7 anos, não pude esquecê-lo nenhum minuto sequer. Ele fazia parte de mim, assim como uma tatuagem é para o corpo. Ele estava tatuado em um lugar onde nenhum laser, ou nenhuma cirurgia poderia tirá-lo. Estava tatuado no lugar mais fundo do meu coração. Eu tentava afastá-lo de meus pensamentos, eu até conseguia, mas sabia que todas as noites eu choraria por ele, tentando inutilmente expor toda a dor que havia acumulado durante o dia. Talvez voltar não tenha sido o melhor de minhas escolhas. Aqui estou mais próxima dele e foi o suficiente para liberar toda aquela adrenalina esquecida no fundo do meu corpo. Todo o meu corpo resetou ao vê-lo. Senti desde calafrios, até a excitação. Custou muito para o inconsciente me dominar e eu finalmente poder esquecer tudo.
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