domingo, 18 de agosto de 2013

Capítulo 12- Free Fallin'

Chapter Twelve



- Boa noite dorminhoca -ele zombou e eu acabei rindo com ele. 
- Boa noite, querido!-nós sorrimos e ele me beijou os lábios rápido. 
- Está linda, sabe? -ele me apertou mais em seus braços.
- Você está mais, todo importante aí -eu tirei com ele- 

Ele se afastou um pouco e desabotoou os quatro primeiros botões da sua camisa do tom bem clarinho de salmão. 

- Agora estou melhor, estava me sufocando -ele riu- 

Eu me virei pra passar o gloss e senti seu corpo contra o meu novamente, ele me virou delicadamente para seu rosto e me beijou, dessa vez mais ternamente. Perdi a noção do tempo enquanto o beijava, só queria sentir seu calor me prendendo a teu corpo. Nos separamos e olhei em seus olhos, eu sorri sarcástica 

- Desse jeito não há M.A.C que resista!
- E quem disse que era para ao menos tentar resistir? -nós rimos- 
- Me deixe pelo menos passar o pó e a sombra, aí saímos. -eu pisquei e me virei para o espelho novamente- Pode sentar na cama se quiser -o olhei pelo reflexo e o vi se sentando na minha poltrona-
- Eu sei, é diferente...-eu comentei enquanto passava a sombra- 
- Isso é...-ele passou os dedos com cuidado- pele de verdade?
- Ai, claro que não! Eu prezo pelo bem estar dos coitadinhos dos ursos! 
- Nunca vi nada parecido!
- E eu acredito, é uma peça exclusiva, foi um designer francês que me procurou, eu adorei ainda em foto -eu o olhei sorrindo - 
- Eu imagino. É super macia -ele se recostou mais, se afundando na poltrona- 
- É sim, adoro descansar nela -eu sorri me lembrando- 
- Deve ter sido meio cara
- E foi, mas era mais forte que eu –nós rimos- E acho que foi um ótimo gasto, não acha? 
- Você não para de me surpreender! - Me virei para ele e borrifei perfume no pescoço e nos pulsos, depois eu fui até ele e sentei em seu colo .
- Acho que agora podemos ir -eu sorri e mordisquei seu lábio inferior- 
- Acho que não quero mais -ele me tomou em um beijo quase sensual e não pude resistir.

Nos beijamos por longos minutos e quando nos afastamos sorrimos cúmplices um ao outro. Eu me levantei e arrumei minha blusa e mexi no cabelo. Ele abriu a porta e saiu primeiro, fui descendo as escadas logo atrás dele, Joshua passou por nós e deu uma risadinha. O ignorei e pedi em voz alta para que Alfonso também o fizesse. Eles se cumprimentaram e saímos. No carro tocava Kelly Clarkson, eu aumentei um pouco a volume e cantarolava do meu jeito.



- "If she really knows the truth, she deserves you. A trophy wife, oh how cute. Ignorance is bless. But when your day comes and she's through with you. And she'll be through with you. You'll die together but alone."*

- Você gosta mesmo dessa música, Mai -ele comentou entre um verso e outro.

Eu sorri pra ele, e assenti concordando. Curiosamente, aquela musica parecia ser feita para mim. E eu costumava ouví-la na minha fossa no passado. Agora eu podia cantar de peito aberto. 

- Never again will I hear you.
Never again will I miss you.
Never again will I fall to you.
Never.
Never again will I kiss you.
Never again will I want to.
Never again will I love you.
Never! 

Does it hurt to know I'll never be there?
Bet it sucks to see my face everywhere.
It was you who chose to end it like you did.
I was the last to know
You knew exactly what you would do.
Don't say you simply lost your way.
They may believe you
But I never will.
I never will.
I never will.
Never again." **

 ♣♣♣♣

- Vou te levar a um lugar especial hoje à noite. - Alfonso disse quando nos encontramos em frente de casa-
- Adoro surpresas, mas posso ter uma dica?- ele sorriu maroto e me olhou rapidamente-
- Se eu desse uma dica já não seria surpresa -eu sorri o olhando-

            Hoje completamos um mês desde que combinamos que “nos conheceríamos melhor”. Alfonso me fez vestir para um jantar sofisticado. Era uma sexta-feira e tínhamos planos para o final de semana, planos dos quais Poncho não deixava eu saber. Eu não estava certa do que dar a ele e nem se seria apropriado dar um presente a um ficante. Do mesmo modo, Rochi e Nina me ajudaram a escolher algo que acredito é ideal. Eu prendi meu cabelo com uma trança trabalhada desde a raiz, terminando no meu lado esquerdo. Eu usava um vestido que Candice havia escolhido dias atrás e ainda estava com a etiqueta da loja.
            Chegamos a um restaurante novo e estava recebendo ótimas críticas segundo o que soube. Nos sentamos perto da sacada que dava vista para a cidade. As luzes acesas da cidade tornavam tudo ainda mais especial. Poncho segurava minhas mãos e as acariciava. O garçom chegou e nos ofereceu o cardápio. Alfonso tirou seu terno e abriu dois dos botões de sua camisa, pude ver de relance seu peito torneado e bronzeado. 
Nós comemos e eu me deliciei com as sobremesas. Ele ria das minhas brincadeiras e eu ria de suas histórias de infância. Quando terminamos, ele havia pedido um capuccino cremoso e estava quase no fim.


- Quero te dar uma coisa -ele disse sorrindo 

            Ele levou as mãos ao bolso e tirou de lá uma caixinha comprida de veludo preta. Meu coração bateu mais forte, eu já imaginava o que seria e isso me deixou insegura. Ele aproximou aquela pequena caixinha de nós e a abriu lentamente. Ele riu e olhei para ele.

- Maite, relaxa não é o que está pensando. É só um presente. 
- Você quer é me matar! – eu disse com o mão no peito, tentando conter as batidas fortes do meu coração.


            Quando a abriu por completo, vi que eram dois lindos pingentes acompanhados pela fina corrente de ouro. No pingente havia duas iniciais entrelaçadas, M&A, modernas e sofisticadas. Meu olhos subiram até os deles, onde ainda encontrava seu sorriso puro e sincero. Seus olhos encaravam os meus com ternura, eu sorri e lhe dei um beijo rápido, mas calmo.


- Maite, estou um pouco nervoso, eu não sei bem por onde começar. Eu só sei que desde aquele dia na festa de Peter, você me cativou de uma forma em que não posso mais pensar em outra coisa, senão você. Sinto que o tempo que passei sem ter ao menos te conhecido é apenas um borrão. Alguns melhores, outros nem me lembro, de verdade. E isso é bom, porque me dei conta do quanto você é importante para mim. Eu não me vejo com mais ninguém além de você. Temos passado momentos ótimos juntos, dividimos histórias, sorvetes e, bem -ele deu uma risadinha- obviamente não sei mais o que falar –eu peguei em suas mãos que estavam sobre a caixinha  e olhei no fundo de seus olhos. – Maite, você quer namorar comigo?


            O que eu poderia dizer depois daquilo tudo que ouvi? A declaração mais doce e sincera que ouvi depois de um longo tempo, desde que fechei meu coração. A verdade é que Poncho me fazia muito bem. Ele era quem me fazia rir, o jeito que ele me sorria fazia meu estomago revirar de felicidade, me dava vontade de beijar aqueles lábios toda vez que eles se movimentavam, ou então ficavam parados, só esperando que eu o surpreendesse com alguma bobagem para que eu visse seus dentes perfeitamente brancos e alinhados. Seus olhos com aqueles cílios compridos e grossos me davam vontade de sorrir. Oh céus, estou apaixonada. Estou completamente apaixonada por Alfonso Herrera. Não pude responder nada menos que um grande


- Sim, claro! –me inclinei para dar um beijo longo naqueles lábios que eu tanto adorava beijar
- Mai, acho que te amo. –ele disse entre pequenos beijos que ele distribuía pelo meu rosto
- Eu meio que desconfiei –nós rimos e demos outro beijo, dessa vez rápido.
- A pulseira, você pode colocar mais pingentes, eu dei apenas o começo.
- Eu adorei, é linda! - peguei com cuidado aquela peça delicada. 
- Não, deixe que eu faça isso -ele murmurou enquanto pegava a pulseira- 

            Ofereci meu pulso direito a ele e deixei ele por. Ao final ele deu um beijo carinhoso nas costas da minha mão, como quem cumprimenta uma verdadeira dama e, sorrindo, nos beijamos mais uma vez. Dessa vez, um beijo mais duradouro e mais apaixonado. Pela primeira vez, senti que meu corpo reagia a isso, que eu reagia a ele. Não havia mais dúvidas de que eu estava amando Alfonso. Seria perfeitamente normal. Afinal, eu era sua namorada. Sou sua namorada. Essa palavra agora era oficial. 

- Sério que gostou ?- ele perguntou com um brilho especial no olhar-
- Sim, e nunca vou tirá-la, quero te ter perto de mim, sempre ! -eu sorri- Mas não pense que sou só eu quem pode ser surpreendida hoje. Eu também tenho algo para você.


Peguei minha bolsa e tirei a pequena caixinha azul marinho de dentro dela. Eu abri devagar e fiquei atenta ao rosto de Poncho, prestando atenção em sua expressão de surpresa e alegria assim que mostrei o que tinha dentro.


- Bem, como sei que você usa muitas camisas sociais e por esse motivo pensei que seria o presente ideal a um homem de negócios. Claro, tem minha marca nela. – ele pegou as abotoaduras douradas com a inicial M, de Maite cravada, e, sorrindo, me olhou nos olhos-
- São lindas meu amor! Obrigado, não precisava ter feito algo assim por mim, sério. – eu revirei meus olhos ignorando o surto de modéstia dele- Vou usar sempre!
- Foi o que eu imaginei ouvir você dizer. –ele me deu um beijo de agradecimento e guardou a caixinha com as abotoaduras no bolso da calça. – Ei, amor –me aproximei dele falando perto de seus lábios- O que acha de sairmos daqui, tipo, agora? – eu quase não me reconhecia, mas a verdade é que estava querendo muito poder beijá-lo sem pudor, isso só para começar.
- Você literalmente leu meus pensamentos, eu juro. –eu ri me afastando lentamente dele-



No próximo instante que lembro, foi de chegar ao prédio onde ficava o apartamento dele ficava um pouco descabelada pelos amassos que demos no carro dele, no elevador e no corredor que dava no apartamento dele. Ao chegarmos na porta, enquanto ele pegava as chaves, eu beijava seu pescoço, dando leves mordidas. Ele me pos de frente para ele e de costas para sua porta, me pressionando contra ela. Eu notei que ele estava buscando furiosamente as chaves em seu bolso enquanto me beijava e controlava seus nervos para não soltar palavrões ali no corredor silencioso.


- Quer...quer a-ajuda? –eu disse ofegante enquanto buscava sua orelha que estava quente. Eu apalpei seu bolso esquerdo e, antes de arranca-la de lá, ouvi um arfar de desejo de Alfonso sufocado pelo meu pescoço que estava em sua boca. O ouvi esmurrar a porta quando, de leve, toquei em seu membro por reflexo. – Aqui. Abre isso. Agora. – nos olhamos nos olhos e ele deu um sorriso e pegou a chave da minha mão.
- Feche os olhos –ele disse ofegante
- O quê? – disse em um fio de voz. Não acredito que ele queria fazer um joguinho, logo agora.
- Só faz o que eu digo, por favor. –eu fechei meus olhos e senti a porta abrir atrás de mim. Alfonso virou meu corpo de forma que eu ficasse de frente pra a sala dele.


Eu já estive muitas vezes em seu apartamento, eu não entendi o porquê dele me fazer fechar os olhos. Ouvi que ele trancou a porta atrás de mim e ele foi me guiando a passos lentos até que paramos. Senti um arrepio quando senti seus lábios no meu ombro e sussurrou ao pé do ouvido.


- Pode abrir – abri os olhos rapidamente, pois não aguentava aquela angústia.


Me deparei com um ambiente totalmente romântico, haviam pétalas de rosas brancas, que ele sabia que eu amava, distribuídas pela cama e pelo carpete de madeira nobre, no quarto todo. Haviam velas grossas e pequenas pelo quarto, deixando o ambiente com um tom obscuro e ainda mais romântico. Fiquei maravilhada com toda aquela cena, busquei Poncho com os olhos e o encontrei vindo da cozinha com uma garrafa de vinho. Meus olhos estavam marejados de emoção. Tentei dizer algo, mas achei melhor demonstrar em um beijo longo e inesperado.


- Acho que isso quer dizer que você gostou –ele disse quando afastei
- Totalmente. Isso tudo é lindo, Poncho, como foi que você fez tudo isso? As rosas, as velas... tem dedo das meninas aqui né? -Eu disse indo até a cama king size dele. Ele havia servido vinho nas taças e vinha em minha direção com uma delas. – Está querendo me embebedar para me levar para a cama, sr. Herrera? –eu ri afetada
- Sim, teve dedo das meninas, mas só um pouco, e não, eu não quero te embebedar porque te quero bem sóbria para o que vamos fazer aqui hoje. –ele deu um riso malicioso e quase sombrio, confesso que um frio correu pela minha espinha ao ver seu olhar sobre mim.


            Dei mais dois grandes goles no vinho que ele tinha passado para mim e fui em sua direção. Ele estava de costas acendendo uma vela que tinha apagado do nada. Fui tirando delicadamente sua camisa de dentro da calça e fui passando meus dedos pelas suas costas delicadamente, vi quando ele tombou sua cabeça para trás, com os olhos fechados, sentindo minhas unhas deslizarem pelo seu dorso lentamente. Ele se virou para mim e eu o encostei no móvel atrás dele e comecei a desabotoar sua camisa que já estava amassada. Ele apertou minhas coxas e subiu para minhas costas, onde ele encontrou o zíper do meu vestido e me despiu rapidamente. Eu chutei minha peça para o lado e dei espaço para que ele tirasse suas peças também. Ele juntou nossos corpos de pronto e me guiou, de costas, até sua cama. Ele depositou certo peso de seu corpo em cima de mim e beijou meu colo e pescoço. Eu entrelacei minhas pernas em torno do seu tronco e o beijei sofregamente. Tudo depois disso foi uma sucessão de prazeres que eu não sentia há tempos e que pude perceber o quanto estava ligada a Poncho.


- Não me diga que está cansado? –eu disse a ele, após tomar um longo gole de vinho-


Estávamos encostados um no outro, desfrutando da segunda garrafa de vinho aberta naquela noite. Eu estava enrolada no lençol dele, com um pouco de frio. Ele não parecia estar com o mesmo frio que eu, pois seu lençol estava parado na sua cintura e sua perna esquerda estava descoberta e passava por cima da minha, que estava entrelaçada à sua outra perna, por debaixo dos lençóis.


- Só estou tentando pegar um ar, sabe. Você é muito mais do que eu imaginava, muito mais. –eu ri-
- Então quer dizer que você andou me imaginando, sr. Herrera –ele olhou para mim e deu um sorriso
- Que mania é essa sua de me chamar de sr. Herrera, srta Perroni? –eu gargalhei e dei outro gole no vinho
- Eu gosto de falar seu sobrenome, sr. Herrera, só isso. Acho lindo como soa quando falam. Mas não fuja da minha pergunta. Você andou imaginando o quê sobre mim? –dei o ultimo gole no vinho e o olhei nos olhos-
- Coisas que você só vai acreditar se eu mostrar –ele se endireitou na minha frente e veio para cima de mim, tirando a taça delicadamente dos meus dedos e a colocando no criado-mudo. E começamos tudo outra vez.


Acordei com um som de talheres batendo bem perto de mim, abri um dos olhos e vi a silhueta de Alfonso sentado na beira da cama, com uma bandeja com um ramo de flores do campo e outras coisas que eu não conseguia ver com um olho só. Eu me espreguicei e me sentei na cama, encostando na cabeceira da cama.


- I-Isso é para mim? –eu olhei para o suco, o frapuccino, as torradas e os queijos.
- Você está vendo outra morena insaciável aqui nesse quarto? –eu ri sentindo minhas bochechas queimarem
- Abusei de você? –mordi meu lábio, envergonhada
- Se você abusou de mim? Sim. –ele pegou uma das torradas e passou geléia de blueberry que eu adoro e fez sinal para eu abrir a boca, assim o fiz.- Se eu gostei? –eu dei uma mordida- Eu adorei. –eu sorri ainda mastigando- Você deve estar com fome, eu fiz mais bacon, se você quiser.


Ele se levantou e reparei que ele tinha posto uma calça larga de moletom, mas nenhuma camisa. Aquele tanquinho me tirava a atenção todas as vezes que ele ficava sem camisa. Eu não poderia querer nada mais. Eu tinha ao meu lado o melhor homem do mundo. O fato dele ter acordado antes de mim, com o cuidado de não me acordar fez com que eu amasse ele ainda mais. Ele virou de costas, rumo à cozinha e notei as marcas avermelhadas nas suas costas. Agradeci silenciosamente por ele não precisar trabalhar sem camisa, como os nadadores.


- Poncho, o que você faria se eu não tivesse aceitado seu pedido de namoro? O que faria com tudo isso? –perguntei vestindo sua camisa da noite passada que estava jogada no chão. Pude encontrar minha calcinha e meu sutiã também.
- Não sei, provavelmente ia dormir com pétalas pelo meu quarto –ele respondeu se jogando na cama, juntando algumas das pétalas. Eu observei pela gigante janela do quarto dele que dava para ver o centro da cidade de Bluebell. Não era nada comparado à cidades como Nova York ou então Paris, mas tinha seu charme.


O dia estava nublado e me fazia querer ficar na cama o dia todo. Me juntei a Alfonso e me aninhei em seus braços como uma gatinha buscando afago.


- Temos mesmo que sair daqui hoje? O dia não está colaborando. –falei baixo, me afundando ainda mais nos braços dele.
- Nós temos reserva às 15:00 no... bom, melhor guardar um pouco do suspense. –eu levantei meio corpo me apoiando na cama e dei uma boa olhada naquele rosto
- Sério mesmo que você vai me fazer ficar curiosa até chegar lá?


Franzi o cenho não aprovando sua atitude. Em resposta, recebi um puxão que me fez desequilibrar e cair em cima dele outra vez. Ouvi sua gargalhada grave ecoando pelo quarto e me controlei para não rir também. Ele passou seus braços pela minha cintura e me apertou contra seu corpo. Ele me roubou um beijo e pôs uma mecha do meu cabelo para trás da minha orelha.


- Vai valer a pena, você vai ver. –ele disse e eu acreditei. Meu celular começou a tocar abafado pela bolsa e as roupas amontoadas em cima dela. Eu levantei seguindo o som e fui até a sala. Encontrei a bolsa jogada perto da porta e peguei rapidamente o celular e atendi.
- Alô?
- Maite? Maite! Finalmente você atendeu esse celular! –a voz quase estridente e animada de Candice soou do outro lado da linha e eu sorri-
- Eu estava, hum...ocupada. –balbuciei observando ao meu redor para ver se Alfonso não estava por perto.
- Me conta tu-do! Quero saber se deu certo o lance das flores e .... –ouvi mais vozes estridentes ao fundo e deduzi que todas as meninas estavam juntas. Claro que elas não perderiam esse momento. – Calma aí Nina, já deixo você perguntar isso...Rochi, não, espera!
- Alô Maite? Como foi? Ele é bom de cama? –ouvi Nina perguntar, mas antes que eu pudesse pronunciar algo, outra voz interrompeu
- Mai? – escutei bem ao fundo e deduzi que era Lali- Suas tontas, por que não colocam no viva-voz? Assim todas podemos ouvir o relatório da Mai! Agora sim! Pode falar Mai, te ouvimos!
- Bom dia para vocês também! O que é isso? Interrogatório? De frente com Maite? –eu disparei, notei que Alfonso não estava mais no quarto.
- A gente só quer saber se está tudo bem –explicou Rochi, serena como sempre.
- Ok, isso também. –Candice confessou- Mas o mais importante é saber se ele é bom de cama ou não!
- Ele é...
- Quem é no telefone, amor? –senti os braços de Poncho na minha cintura e seu queixo apoiado no meu ombro. Meu coração disparou.
- Poncho? – ouvi Nina murmurar- Ele chegou gente, ferrou tudo. – ouvi mais um murmurinho e logo Lali se pronunciou
- Mai, a gente te liga mais tarde! Beijos, aproveita tudo por aí. Você merece – e desligaram
- Mai? – Alfonso me chamou mais uma vez. - Está me ouvindo?
- Estou sim amor, desculpa, é que essas meninas estão loucas! Ligaram do nada e desligaram do nada também – nós rimos e ele me beijou o ombro outra vez.
- Está quase na hora do almoço, você quer se aventurar aqui em casa ou quer almoçar fora? –eu fui nos guiando até o sofá, já que ele não me largava por nada.
- Me diz como vou sair para almoçar fora se tudo o que eu tenho aqui é o vestido que usei a noite passada? – eu notei que seu sorriso tinha um pouco de malícia e logo desconfiei.- Hei! O que você está escondendo de mim, sr. Herrera? –eu o cutuquei e ele riu
- Só conto se você parar de me chamar de sr. Herrera, me faz parecer um velho
- Ok, amorzinho meu, meu sorvete de chocolate – fui subindo em cima dele distribuindo beijos pelos seus braços, pescoço e rosto. Ele parecia estar disfrutando de tudo, pois estava rindo muito, como eu- meu ursinho de dormir. Assim está melhor sr., ops, meu docinho de coco? –eu gargalhava alto
- Assim está muito melhor –ele me deu um beijo rápido e sorriu- Sobre sua roupa de hoje, as meninas podem ou não ter tido algo a ver com isso. –eu arregalei os olhos, surpresa.
- Não acredito que elas armaram tudo isso pelas minhas costas e eu não me dei conta! –me sentei no sofá, fingindo indignação, mas na verdade eu estava feliz por ter amigas tão fofas como elas.
- Candice ficou histérica quando contei meu plano para ela –disse Poncho- Logo todas sabiam e me ligavam toda hora no trabalho –ele deu uma risada- Sinceramente não sei como você não descobriu. –ele passou suas pernas em torno de mim, me prendendo-
- Também não sei. Elas estão ficando boas nisso – comentei observando a chuva fraca que caía do lado de fora do apartamento – Bem que podíamos pedir um delivery, não? Está tão gostoso aqui –deitei sobre seu corpo e senti seu coração bater- Que preguiçinha!
- Por mim tudo bem, contanto que você fique comigo –senti que ele beijou o topo da minha cabeça.


            Pedimos comida italiana e depois arrumamos, bem, o Alfonso arrumou sua mochila para irmos para o tal lugar misterioso, já que minha mala já tinha sido previamente preparada pelas minhas amigas fofas. Enquanto Poncho escolhia suas peças que iria levar, eu juntava as pétalas da noite anterior e colocava dentro de um vaso, salvei uma das pétalas para levar comigo e joguei o resto fora. Juntei as velas e as coloquei em lugares do apartamento de Poncho, de modo que ficasse harmônico. Eu não entendia muito de design de interiores, mas alguma coisa eu aprendi enquanto decorava minha loja e meu escritório.

            Saímos por volta das 13:45, presumi que não era em Bluebell pelo horário que Alfonso disse que tinha feito a reserva. Minha mala estava no carro e como previ, ela era tão grande que dava para passar mais um mês fora de casa se eu quisesse. Acho melhor assim, antes sobrar do que faltar. Um pouco antes de chegar ao local, ele parou o carro no acostamento e me fez usar uma venda, me fazendo prometer que eu não iria tentar espiar.

            Chegamos no local e esperei no carro até Alfonso fazer o check-in. Eu estava muito ansiosa e confesso que por pouco não tirei a venda para espiar. Quando tomei coragem, ouvi passos pesados em pedras e desisti.


- Estamos quase lá, meu amor. Só mais alguns minutos.

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