domingo, 18 de agosto de 2013

Capítulo 10 - Just Like Valentines Do

Chapter Ten


Eu e Alfonso nos encontramos em frente de casa, tínhamos combinado de dar um passeio. O vi caminhando em minha direção e sorri.

- Oi little thing -ele riu e me deu um selinho rápido.
- Oi big thing -eu ri correspondendo- Não veio de carro? -eu o olhei por cima do ombro-
- Interesseira ou Sedentária? –eu ri da pergunta e balancei a cabeça discordando da suposição.
- Nenhuma das duas, agora eu faço exercícios físicos. Eu só comentei por que sua casa é meio longe daqui.
- Eu sei Mai -ele abriu seu sorriso branco e me abraçou- Eu vim sem carro por que onde vamos é aqui pertinho!
- E aonde vamos? -indaguei-
- Surpresa -eu fechei a cara e ele fez um biquinho- Ora Mai, não se faça . Vai ser super divertido!

Seguimos a pé até um certo ponto. Havia várias árvores que fechavam-se entre si e entre tanto verde, via-se uma pequena trilha. Me virei para Alfonso e o peguei sorrindo. 

- Onde vamos exatamente Poncho? 
- Você me disse que gostava de manter a forma –ele disse, ainda sorrindo- 
- Foi só para impressionar –ele fez uma expressão de espanto e logo após ,riu- 
- Mai, vamos apenas seguir a trilha –ele me pegou pela mão e foi me puxando junto a ele pela estradinha estreita-

Caminhamos por mais um tempo e eu já estava impaciente, já arquitetava planos malignos em como acabar com o Poncho sem deixar vestígios por me fazer andar tanto. Do nada ele parou na minha frente e com seu melhor sorriso, me roubou um beijo rápido. Quando nos afastamos, abri os olhos, eu tive uma ampla visão de onde estávamos. Alfonso se posicionou ao meu lado esquerdo e me abraçou pela cintura. Havia um pique-nique bem a minha frente. Nele havia muitas frutas e sucos, pães, uma diversidade de comidas, infinitas guloseimas. Eu abri um sorriso de alegria. Subi meu olhar para Alfonso e notei que suas bochechas estavam levemente rosadas. 

- Fez tudo isso sozinho? –eu sussurrei para que ele pudesse ouvir-
- Sim, foi um pouco trabalhoso, tive ajuda de Lali e Peter. Perguntei também para ela das comidas que você mais gostava.
- Deixa só o resto das meninas saberem que foram excluídas dessa –eu zombei-
- Elas não precisam saber –ele riu e foi me aproximando do local- 
- Está tudo lindo Poncho, nem sei o que dizer! –eu disse me sentando ao chão-
- É, a Lali faz uma GRANDE diferença, considerando seu tamanho.

Nós rimos e fomos comer. Em meio de brincadeiras nos beijamos e passamos a tarde juntos. Como namorados. Eu e Alfonso cochilamos abraçados um no outro e quando acordei levei um susto por ainda estar lá no meio daquela ‘floresta’. Chacoalhei Alfonso e ele riu do meu desespero.

- Maite relaxa, ainda nem escureceu –ele mexeu em seu cabelo e coçou os olhos- Mas se quiser ir tudo bem –ele se levantou e me ajudou a fazer o mesmo-

Arrumamos tudo e ele foi carregando quase tudo nos braços. Ao se aproximar de minha casa, vi uma movimentação na frente da casa de Stephen. Vários carros luxuosos não paravam de estacionar e pessoas ficavam na entrada, no pequeno jardim perto da rua. 

- Olha Mai, é festa! – Alfonso disse animado-
- É –disse em um tom baixo e desanimador-
- Engraçado, parece que conheço aquele carro de algum lugar -ele apertou os olhos, como se quisesse ver melhor –
- Melhor entrarmos –eu o puxei para dentro de casa, evitando que ele se lembrasse de onde tinha visto o carro de Stephen-
- Por quê a pressa? Você não se dá bem com ele? – ele indagou enquanto caminhava até a porta da frente de casa.
- É complicado – disse rápido, finalmente pude coloca-lo dentro de casa-
- Não estou te enten...
- Maite? –ouvi uma voz conhecida me chamar, Poncho, por sorte tinha entrado com a cesta rumo à cozinha e eu fiquei ali sozinha com ela- Tudo bem?
- Tudo ótimo, Troian –eu forcei um sorriso e continuei- É festa? –apontei para a casa da frente-
- É sim. Lembra que disse ontem que ele cedo ou tarde iria oficializar nossa relação? –eu assenti e senti que meu coração ficava apertado- Então, ele me pediu oficialmente em casamento agora pouco, foi tudo tão rápido, foi uma festa-surpresa, eu não sabia de nada -ela sorria feito boba- Quer vir? Seria tão incrível se o conhecesse!
- Sabe o que é, é que agora eu... –fui interrompida pela voz de Poncho e estremeci
- Troian? –seu tom era de surpresa e fechei os olhos por conta do nervosismo-
- Herrera? Poncho? –ela deu um gritinho e pulou no pescoço dele, dando um beijo rápido- Que surpresa te ver aqui! Vai me dizer que também estava nesse plano com Stephen?
- Mais ou menos, eu sabia de tudo sim –ela deu lhe lançou um olhar repreensivo- mas meu celular estava desligado e não sabia ao certo que horas seria...
- Bem, eu não poderia te avisar – eles riram-
- São vocês aqui na casa da frente? –ela assentiu afirmando- Nossa, mas que coincidência! Mai não me disse que morava de frente com Stephen Amell –eles finalmente me olharam e fiquei nervosa e senti minhas bochechas queimarem. Olhei para Poncho e eu não sabia o que fazer. Poncho me retribuiu o olhar confuso e Troian apenas sorria.
- É que não sabia que era ele, pensei que a família dele já tinha se mudado há tempos. –minha voz saiu meio trêmula no começo, mas acho que consegui passar um pouco de firmeza.
- Mai, você não me disse que conhecia Troian –fiquei profundamente grata quando Troian respondeu por mim-
- Nós nos conhecemos há pouco, Ponchito. Acho que nem deu tempo dela falar que vamos organizar um mega evento de moda aqui em Bluebell.
- Isso é fantástico! Parabéns às duas! Aposto que Shay deve estar metida nisso também! –disse ele empolgado-
- E como não estaria? Sabe que sua irmã é louca por moda!
- Irmã? – foi tudo o que consegui dizer
- Ah, sim. Não te falei que minha irmã se chamava Shay, desculpe por isso.
- Nem que trabalhava comigo! – Troian exclamou em um tom falsamente ofendido


O que eu devo ter feito ao mundo para merecer isso tudo? Eu fui envolvida nessa trama apertada e não sei como sair dela sem prejudicar ninguém. Cada vez está ficando mais difícil esconder minha história com Stephen. Ele certamente também não se abriu totalmente com Troian, do contrario, ela já teria me reconhecido. Não posso continuar desse jeito, eu sinto que vou morrer sufocada com tantas historias mal resolvidas, tantos segredos.


- Vocês vão vir não é? Nem tem como usar a desculpa de distancia ou de não saber o endereço. –Troian mudou de assunto e eu estava muito nervosa para rir, mas Poncho e Troian se divertiram com o comentário. O celular dela tocou algumas vezes enquanto conversávamos e dessa ultima vez ela recusou novamente a chamada- Eu preciso voltar à festa, já estão me deixando louca com essas ligações. Eu espero vocês, vou achar desfeita se não aparecerem! –ela veio até mim e me deu um abraço rápido e um beijo no rosto- Maite, por favor, seria muito importante a sua presença.- ela olhou nos meus olhos ao dizer isso- E, Poncho, se não aparecer vou ficar muito chateada e não falarei mais com você! –Poncho riu e a abraçou também-
- Eu vou sim, só preciso passar em casa e trocar de roupa. Não ficaria muito bem eu aparecer na casa do Stephen de regata -Troian se afastou e pude respirar fundo. Poncho me olhou curioso, como se não pudesse entender meu nervosismo.
- O que foi Maite? Parece que viu um fantasma! –ele me abraçou de lado, entrando para minha casa. Antes fosse.
- Não é nada, é que estou muito cansada para festas hoje. Você pode ir sozinho, não vou me importar, de verdade –paramos na sala de estar e nos olhamos. Era tão difícil enganar aqueles olhos amadeirados.
- Não vou se você não for. –ele disse sério
- Mas Troian disse que iria ficar muito chateada se não fosse. Vocês parecem ter um boa relação e eu não quero estragar isso. – suspirei sincera
- Ela vai entender, quer que eu fique aqui com você mais um tempo? –ele acariciava meu rosto e isso me fazia esquecer de tudo.
- Não – respirei fundo e o olhei- Vamos fazer isso. Vamos à festa.
  

Eu não sabia muito bem o que estava fazendo, mas quando me vi, estava frente a Alfonso, com outra roupa, maquiada e ele estava com seu sorriso branco e simpático de sempre. Ele havia ido até sua casa e veio me buscar cerca de 1 hora depois. Seus olhos percorreram meu corpo e me senti como quando tinha 15 anos na minha festa de debutante. 



- Você está ... bom, nem vou falar porque deve saber mais que eu -nós rimos- Vem cá -ele me puxou para seus braços fortes- Está querendo mesmo ir? -seu hálito fresco passou de seus lábios aos meus em segundos- A gente pode ficar por aqui mesmo, eu ligo para Stephen e Troian explicando tudo e tenho certeza de que vão entender.
- Eu estou bem -eu sorri, incerta de minhas palavras-

Ele arqueou as sobrancelhas daquele jeito sexy-sem-motivo e passou sua mão no meu rosto. Eu sorri e fui nos levando para a porta. Atravessamos a rua e logo nos encontramos com Troian e Shay que estavam conversando com algumas outras mulheres. 

- Maite, Poncho, estou tão feliz que vocês vieram, nem posso acreditar! Maite, você está linda! Poncho... dispenso comentários. Impecável.
- Não poderia estar menos né, tendo uma estilista como acompanhante, é praticamente impossível. – ele me olhou sorrindo e me derreti um pouco, esquecendo a tensão do momento.
- Obrigada pelo elogio Troian você também não fica atrás. Eu estou feliz por vir para te prestigiar- eu disse tentando ao máximo manter a aparência de tranquilidade- Shay, você está espetacular! Adorei seu sapato, onde o comprou?
- New York, foi um achado! Adoro esse salto –ela se virou para o irmão com a expressão zangada-  Poncho não acredito que você conhece a Maite! Como e quando isso aconteceu? – quis saber Shay, que a este momento estava ao lado de Alfonso-
- Você acha mesmo que vou te contar, pirralha? –eles riram e se abraçaram de lado-
- Eu nem pude associar vocês dois porque nem usam o mesmo sobrenome –Shay sorriu e respondeu-
- Ah é porque eu uso o sobrenome de solteira da minha mãe, Herrera já tem muitos pelo mundo, mas Mitchell são raros! –eu assenti entendendo. Logo Troian começou a falar.
- Vamos entrando, tem várias pessoas que quero que conheça, uns estilistas que Stephen convidou estão aí também. -ela abriu um sorriso sincero e me puxou pelo braço-


Eu desentrelacei meus dedos dos de Poncho conforme Troian ia me afastando dele. Ele deu um sorriso torto e apontou para a bebida na bandeja do garçom. Eu sorri amarelo e voltei minha atenção ao que Troian e Shay falavam, era algo sobre Paris e as mulheres.
Fomos sumindo naquele verdadeiro mar de gente. Alguns homens passavam por mim roçando-se pelo meu corpo e me senti incomodada, mas logo Troian atravessou o hall e paramos em frente a um grupo de pessoas, bem vestidas, elas se deliciavam polidamente de seu flûte de champagne. 


- Anne, Claire, Paolo e Carlisle, esta é Maite Perroni Beorlegui, a que vai me ajudar no Bluefashionbell Week -sua mão pequenina estava presa a minha e suava-
- Olá srta. Beorlegui, muito prazer -iniciou Claire-
- Oh, por favor apenas Mai, me sinto melhor -eu sorri-
- Certo, Mai .-foi a vez de Carlisle abrir seu sorriso britânico- Sou Carlisle, também sou estilista .. -ele pegou minha mão livre e apertou- Prazer -eu sorri -
- Prazer, já ouvi falar de seus trabalhos, é de Londres?
- Deu pra notar?
- Sotaque inconfundível -bati meus cílios algumas vezes- 
- Maite -eu me virei para a mulher dos cabelos cor-de-mel levemente ondulados- Prazer, Claire -ela sorriu animada- Quer dizer então que vai nos agraciar com sua presença no Fashion Week aqui em Bluebell?
- Não só presenciar, eu vou participar Claire . Vou apresentar cinco dos meus modelos na passarela -ela se surpreendeu e abriu um enorme sorriso- 
- Que maravilha! -ela bateu palminhas de felicidade-
- Se divertindo, amor? 

Aquela voz foi capaz de congelar minha expressão. Minha respiração acelerou em questão de segundos. As batidas do meu coração eram tão fortes que meu sangue bombeado estava latejando na minha cabeça. 

- Sim amor- a voz animada de Troian me fez acordar do transe- Olhe quem veio pra cá, a Maite de quem lhe falei. Você acredita que ela mora na casa da frente? Não é muita coincidência? -ela virou-se para mim, Stephen estava bem atrás de mim- Maite, quero que conheça oficialmente a Stephen. Stephen Amell, meu noivo. - eu me virei para olhá-lo nos olhos -

Nos olhamos fixamente durante alguns segundos, as luzes coloridas do Hall refletiam sobre sua pele e seu cabelo. Seu olhos claros, me enfeitiçavam de um jeito que eu não podia deixar de olhar. Pude notar sua respiração um pouco fora do comum, mas logo voltei para o seu olhar. 

- As vezes esqueço que vocês se conhecem. –ela riu e entrelaçou seu braço com o dele, meu coração batia descompassado e precisava tomar ar.

Notei que os estrangeiros haviam se retirado, junto com Shay, e só restavam nós três. Troian nos olhava intrigada.

música de fundo - When I Was Your Man - Boyce Avenue feat. Fifth Harmony

- Mas que grande reencontro! Vizinhos que não se veem há anos. Que emocionante! –ela se distraiu um instante, falando com o garçom e voltou a nos olhar.
- É, muito emocionante - Stephen concordou- mas somos apenas vizinhos ..nos conhecemos desde... sempre praticamente, moramos aqui por toda a vida ...Não é, Maite? - Eu bati os cílios algumas vezes, ainda desnorteada com o bate-papo. 
- Cl-claro -eu balancei a cabeça afirmando - É isso ..apenas vizinhos -eu dei de ombros, corri meus olhos para as pessoas da festa-
- Maite me disse que pensou que tivesse mudado. A encontrei há algumas horas na frente da casa dela. Quase caí para trás quando a vi. Nunca poderia imaginar que encontraria Maite Perroni na frente da casa do meu namorado.
- Noivo – Corrigi, sem deixar de olhar os olhos profundos de Stephen-
- Claro, noivo. –ela sorriu- Eu ainda vou levar um tempo para me acostumar com esse novo título. –Ela se distraiu outra vez com outro garçom e virou para nós com uma expressão irritada- Eu preciso ir nos bastidores um instante, pelo jeito alguém derrubou uma caixa de campanhe no chão. Eu já volto. –eu mal podia ouvir o que ela ia dizia, eu não conseguia desviar o olhar do dele. Quando notei que ela já estava longe, vi que ele franziu o cenho.
- Te vi chegar com Poncho, estão juntos? –eu pisquei algumas vezes processando o momento e então respirei fundo.
- Sim, estamos –o vi franzir ainda mais o cenho e também fechar a boca, num gesto que eu conhecia- Olha, eu não pretendia vir, mas ele disse que não viria se eu também não viesse.
- E você como uma boa namorada, obedeceu o namoradinho. –senti meu rosto queimar de raiva pela provocação, mas me controlei para não dizer besteira.
- Não que eu te deva satisfações, mas Alfonso e eu não namoramos, ainda –disse dando ênfase na ultima palavra- E se estivéssemos, não haveria problema algum, ou sim? –perguntei levantando o queixo, com firmeza.
- Você não seria capaz de fazer algo assim, não comigo. –eu franzi o cenho, confusa- Ele é meu amigo e sócio. Você teria coragem de entrar no meio de uma relação assim tão forte por capricho?
- Do que merda você está falando, Stephen? –indaguei entre dentes, já irritada.
- Estou falando dessa sua tentativa de me atingir, de me fazer arruinar depois de todos esses anos. –eu suavizei minha expressão, entendendo o que ele queria dizer.
- Você está dizendo que eu quero me vingar de você? –ele assentiu, óbvio. Eu ri sem humor- Ah faça-me o favor! Eu tenho mais o que fazer! –comecei a me virar para lhe dar as costas, mas ele me pegou pelo braço, me fazendo virar de frente para ele.
- Não dê as costas para mim enquanto eu estiver falando, sabe que odeio isso. –eu suspirei irritada, revirando os olhos- E odeio mais quando faz isso –ele completou, se referindo ao meu ultimo ato- Maite, me diz, por que você voltou? –eu senti que seu aperto afrouxou e eu o olhei.
- Não te interessa o motivo pelo qual voltei, pois não tem absolutamente nada a ver com você. Ao contrário do que você possa pensar, eu tenho uma vida e gosto muito de cuidar dela. Eu não preciso da sua vida para me atrapalhar. –eu peguei um pouco de ar e continuei- Eu não sabia que você era sócio, muito menos amigo de Alfonso, mas ele está me fazendo bem e não vejo porquê eu deveria te meter nessa história. –vi ele fechar os olhos e se conter outra vez. Eu continuei a falar, sem lhe dar importância- Sobre Troian, foi tudo uma terrível coincidência e confesso que fiquei surpresa tanto quanto você ao ver que estamos presos nessa armadilha do destino, mas não penso em desistir de tudo só para satisfazer seu ego. A Maite ingênua ficou para trás. –ele abriu a boca para falar, mas fui mais rápida- Agora se me der licença, solte meu braço e volte para sua noiva antes que alguém nos veja assim tão íntimos e comecem a questionar nossa relação de vizinhança. –neste momento ele me soltou e me afastei dele, mas não desgrudei do seu olhar indescifrável- E eu também agradeceria se não falasse nada sobre nós para Troian e Alfonso –ele curvou os lábios em um meio sorriso.
- Por que? Tem medo que ele te deixe?
- Não, idiota. Mas imagina como sua querida noiva ficaria abalada se soubesse que a ex de seu noivo reapareceu, imagina o escândalo para sua empresa... –sua expressão se fechou, assim como seus punhos, que estavam estancados ao lado de seu corpo.
- Troian não pode saber que é você, ela te odeia. –eu ri sarcástica.
- Então eu vejo que não teremos problemas quanto a isso. –ele assentiu lentamente e eu dei mais um passo para trás. Vi que Troian voltava e me forcei em um sorriso.
- Stew, meu amor! Ainda estão conversando? –ela disse se aproximando de Stephen, passando seu braço envolta do braço dele. Stephen mantinha a expressão séria.
- Sim, apenas colocando alguns assuntos em dia –eu olhei brevemente de Troian para Stephen e continuei- Mas agora preciso procurar meu acompanhante, me deem licença, por favor -eu dei um sorriso rápido e olhei para a expressão visivelmente confusa de Stephen. Me retirei antes que pudesse fazer ou dizer algo.


Eu, ainda abalada, saí dali o mais rápido possível. Encontrei Alfonso, não muito longe dali, ele estava no mesmo lugar onde o deixei. Me apertou o coração ao saber que talvez eu nunca possa amá-lo como deveria. Eu respirei fundo e continuei minha caminhada até ele. Ele discutia algo com o barman e quando me viu, abriu aquele sorriso que me tirava o chão e me abraçou. 


- Demorei? -eu ousei a questionar-
- O suficiente para eu sentir sua falta -eu sorri e me afastei do abraço- Troian lhe apresentou bastante gente importante?
- Alguns estrangeiros que pelo o que Troian me disse, vão ajudar a bancar financeiramente e patrocinar a coleção dela. 
- Interessante - fiz uma careta e ele riu- E Shay te encheu muito o saco?
- Não fale assim dela. Ela é uma garota adorável e muito prestativa. É um amor de pessoa. –ele sorriu revirando os olhos.
- Está com fome? –ele brincava com uma mecha do meu cabelo
- Um pouco -eu suspirei desanimada- 
- O que foi? -ele me olhou profundamente- 
- Nada, só estou um pouco cansada. – uma música animada começou a tocar e ele me olhou com um sorriso travesso
- Está a fim de uma dança comigo? –eu não poderia recusar algo daquele cara, nunca. Eu sorri concordando, ele deu um ultimo gole na sua bebida colorida e me pegou pela mão, me guiando até onde as pessoas estavam dançando no deque no jardim.


Dançamos algumas músicas e ali com ele eu me esqueci de onde estava. Eu só conseguia pensar em como ele seria se tivesse conhecido em outros tempos. Talvez em outra vida. Ele sorria para mim com aquele ar despreocupado, com a energia que eu precisava para continuar ali naquele lugar. Uma musica lenta começou e ele me puxou para perto dele e passou seus braços pela minha cintura. Dançamos nos olhando nos olhos e sorrindo. Era tudo tão fácil com ele. Ele me fazia sorrir fácil e como boba, confesso. Ele era bom demais para mim. Tive certeza que ele nunca me faria sofrer de proposito como Amell fez. Stephen. Esse nome me assombrava e eu já não sabia mais o que fazer para tirá-lo da minha cabeça. Agora seria ainda mais difícil, eu trabalhando com sua noiva e morando perto da casa que um dia eles vão morar juntos. Era demais para mim. De repente, comecei a sentir o ar ficar mais difícil de aspirar, a musica acabou e nos separamos lentamente.


♣♣♣


- Mas já Mai? -Troian se lamentava enquanto eu criava mais argumentos para ir embora de uma vez por todas- 
- Sim Troian, mas tenho certeza de que nos veremos logo. Moro na casa em frente lembra? -eu tentei repuxar meus lábios em um sorriso-
- Está certo -ela soltou minhas mãos já suadas pelas tuas e abriu um sorriso contente- Nos vemos depois então -ela se curvou um pouco por eu ser mais baixa que ela e me deu um beijo na maçã do rosto- Até mais Poncho, prometo cuidar da sua irmã até o fim da festa. Eu a deixo em casa bonitinha –todos riram-
- Quem vê pensa que tenho 15 anos, e não 23! – ela disse em um tom indignado – Ponchito, não esquece de mim não, ok? Vê se aparece em casa. –eles se abraçaram e nos despedimos
- Vou fazer o meu melhor.
- Vão embora sem se despedir de mim? –a voz animada de Stephen arruinou meu momento pequeno de felicidade e concluí que tinha que aguentar por mais um tempo.
- Claro que não, Amell! – Alfonso e ele se cumprimentaram e Stephen veio ao meu encontro e deu um beijo rápido no meu rosto, sua barba por fazer me arranhou, me fazendo arrepiar pelo contato.

Nos olhamos fixamente por alguns instantes e  senti que Alfonso me abraçou pela cintura. Enquanto atravessávamos a sala e cruzávamos a porta de saída, me senti vitoriosa por não ter desmontado na frente de todos. Ele me deixou em casa e se foi. Após um demorado banho eu me deitei e busquei meu sono com os olhos fechados.
Consegui dormir depois de algum instante. Acordei com meu celular despertando com seu toque agudo abafado. Ele estava em algum lugar do meu quarto. Levantei, ainda cambaleante procurei meu celular, senti algo vibrar abaixo de meus pés. Abaixei minha cabeça e todo meu corpo e peguei o objeto abafado por minhas peças de roupas. Eram 10:45, droga. Dormi demais. Esfreguei os olhos e fui em passos lentos ao banheiro. Ao descer as escadas encontrei minha mãe e Joshua falando algo sobre viagem. 

- Oi? -eu disse, entrando na sala-
- Boa tarde bela adormecida! Caramba, depois que o teu namorado te deixou na cama, pensei que mamãe ia tirá-lo a ponta-pés.-ele riu-
- Que engraçadinho- eu semi cerrei os olhos, sem um pingo de humor- o Poncho nem ficou tempo para nada.
- Ok, Mai ,eu sei -mamãe interceptou a conversa-
- Joshua é um idiota mesmo, -eu me sentei na cadeira ao lado de mamãe- Não sei por que perco tempo com ele- eu tirei uma mordida da torrada amanteigada- 
- Maninha, já pensei que tivesse aceitado todo esse lance de irmão mais novo
- Meninos, por favor -mamãe nos interrompeu- Por Deus, vocês são irmãos e ainda por cima, adultos. Se portem como tal. 
- Entendi mãe- Joshua falou pegando uma fruta vermelha- Vou indo ok? Te vejo na hora do almoço dona Beorlegui – Joshua se levantou rápido e bateu a porta- 
- Onde ele foi?- perguntei a mamãe, mas ela deu de ombros- Mãe! Precisa saber o que seu querido filhinho anda fazendo hein? Homens não são muito confiáveis, imagina o Josh então! Não acha estranho ele nunca ter trazido as namoradas aqui? –depois de um tempo em silencio, concluí- Vai ver ele tem um filho perdido por aí -eu gargalhei sozinha- Ai essa família é mesmo louca -eu ria sozinha- Mamãe?-eu indaguei entre risos- Ah, qual é -ela permanecia concentrada e me olhou- Vai me dizer que ficou chocada?
- Não relevei nenhum ponto sequer. 
- Eu sei . -eu disse sorrindo- Mamãe, preciso ir -eu me levantei ainda comendo- Tenho um encontro com as meninas hoje.

Me troquei e saí por volta de 11:45. Sempre nos encontramos na Symphony Soldier. A primeira a me ver foi Lali, ela havia mudado de visual, tinha os cabelos, antes na cintura, agora na altura dos ombros. Rochi  e Candice, donas da loja de música, estavam conversando animadas sobre algo com Lali, que parecia estar igualmente animada. 
Não demorou muito e Nina chegava sem fôlego após correr as poucas quadras que separavam seu apartamento da loja das meninas. 

- Meninas, desculpem pelo atraso -ela sorriu ofegante- Nossa, vocês não sabem o que aconteceu! – eu e o resto das meninas nos olhamos e sorrimos. Seria uma longa historia.

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